Como divulgado na semana passada, sobre o golpe ao presidente do Chile, Salvador Allende, sabemos que os Estados Unidos estavam presente articulando reações contra os governos populares da America Latina, em uma sequencial, derrubaram os governos do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai e do Chile. Todos foram substituídas por Ditaduras Militarizadas que procuravam caçar e perseguir diversos movimentos políticos.

IlustraçãoOPERAÇÃOCONDORlauffSegundo o repórter Pierre Abramovici do Jornal Le Monde, é sabido que desde 1964 acontecia Conferências dos exércitos americanos (CEA). Realizadas todos os anos em Forte Amador (Panamá) e depois, em , em West Point. Nessas reuniões um pouco obsessivas, típicas da guerra fria e raramente abertas ao público, que se situa o coração do que se tornaria um dia a operação Condor.

Segundo informações da própria CIA : A operação Condor começa a atuar dentro de um ano após o golpe de Pinochet. A CIA e outras agências do governo dos EUA estavam cientes da cooperação bilateral entre os serviços de inteligência regionais para acompanhar as atividades de e, em pelo menos alguns casos, matar adversários políticos. Este foi o precursor da Operação Condor, um acordo de compartilhamento de inteligência entre Chile, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, estabelecido em 1975.”

paraguai_golpeAlém de informações sobre as ameaças externas, A CIA procurou obter informações junto a apoiadores, criando sistemas de informação regionais, organizando eventos que reunissem setores destes países. O sistema de inteligência cooperativa no Cone Sul foi chamado de “Operação Condor”, era construção formal sobre a cooperação informal no rastreamento e execução de políticos adversários.

OPERAÇÃO CONDOR NUM CONTEXTO REGIONAL

O Rio Grande do Sul é um estado fronteiriço da Argentina e do Uruguai, essa particularidade deu algumas vantagens tanto para militantes poderem fugir quanto para a atuação da repressão. Como as estradas que davam acesso eram de facil e rápida locomoção, transitavam militantes e militares aproveitando deste fácil acesso. O Uruguai acabou virando um local preferencial do exílio brasileiro entre 1964-1968,  enquanto que o Rio Grande do Sul tornou-se uma área acessada  por organizações perseguidas naquele país e na Argentina desde  o final dos anos 1960 e durante a década de 1970.

No Uruguai, no final de 1967, assumiu o governo Jorge Pacheco  Areco, condidato que defendia interesses dos setores oligárquicos mais agressivos e os interesses financeiros internacionais. Assim como a ditadura no Brasil o governo de Jorge Pacheno apostou no uso da força como meio de controle das organizações sociais, partidárias e  organizações armadas que questionavam o sistema vigente.

Delegado do DOPS de Porto Alegre. Agente de conexão repressiva.

Delegado do DOPS de Porto Alegre. Agente de conexão repressiva.

A agitação que se instalou também nos países vizinhos,passou a preocupar a ditadura do Brasil. Ou seja, o “inimigo interno” dos governos do Uruguai, Argentina, e do Paraguai (colaboradores, na lógica doutrinária) eram, também, inimigos da ditadura brasileira.
O Brasil passou a interver no Uruguai de forma muito significativa, dando apoio ao golpismo uruguaio.

Por mi lado me preparé para ir al Beira-Rio a ver el juego del Inter con Caxias do Sul. Alrededor de las 2 de la tarde, en momentos que cerraba la puerta del apartamento, mientras los niños jugaban en el jardín, fui encañonado con un arma de fuego por un hombre canoso, elegantemente vestido, con traje, chaleco y corbata, que resultó ser el delegado Pedro Seelig del temible DOPS “gaúcho” Universindo Rodríguez Díaz Foi sequestrado em Porto Alegre pelo Delegado do DOPS, Pedro Seelig, que queria cooperar com o combate a “subverssivos” vindos de outro país. Hoje é Licenciado em História pela Universidad de la República/Uruguay e integrante do Departamento de Investigaciones de la Biblioteca Nacional/Uruguay.

Saiba mais sobre operação Condor:

CIA admite ter invertido no Chile de Allende dando apoio a Pinochet (Página em inglês)

O pesadelo da “operação Condor”; LE MONDE – diplomatique Brasil.

A Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul;  Conexão Repressiva e Operação Condor